40 arquitectos vão mudar 215 favelas do Rio de Janeiro

As favelas do Rio de Janeiro vão ganhar uma nova cara. O Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2020 estão na origem do projecto “Morar Carioca” que pretende reorganizar e transformar os muitos bairros de lata da cidade brasileira.



“Morar Carioca” vai remodelar 215 favelas, divididas em 40 grupos, até 2020, num investimento de 3600 milhões de euros. Cada grupo será entregue a um arquitecto, escolhido em concurso pelo Instituto de Arquitectos do Brasil, que apresentou ideias e conceitos de como deve ser a urbanização das comunidades. Os 40 arquitectos exprimiram uma preocupação comum: integrar cada vez mais as favelas na cidade formal, a cidade longe dos bairros. Nos seus projectos destacaram também outros pontos, como saneamento básico, áreas de lazer, plantação de árvores, construção de ciclovias em comunidades planas ou teleféricos nas favelas que ficam nas encostas.

As equipas integram não apenas arquitectos, mas também com sociólogos, engenheiros e outros profissionais que vão trabalhar nos complexos da Maré e morros dos Cabritos, Tabajaras, Vila Vintém e Cidade de Deus.

Os projectos visam organizar as favelas de acordo com a lógica citadina, criando infra-estruturas para a cultura, o desporto e o lazer. A diversidade estava limitada por causa dos traficantes.

Dos 40 escolhidos, apenas cinco projectos – os de Jacira Farias, Gilson Santos, João Calafate, Fred Paione e Jonathas Magalhães – obtiveram o voto unânime unanimidade do júri. Farias propôs diminuir as vielas e abrir vias públicas para peões e veículos, criando mais espaços de convivência. Santos apostou na criação de largos, praças e áreas para praticar desporto além da integração da rede de transportes públicos da cidade. Calafate apresentou soluções simples para a reorganização das favelas, como renovar as escadas desses espaços ou instalar bancos nas ruas. Paione criou uma moradia de 2,65 por 2,65 metros, que possibilita diferentes configurações e disposições no espaço. Magalhães focou-se na melhoria da circulação entre os bairros e a cidade do Rio de Janeiro.

Das tentativas de mudar a imagem dos bairros, associados ao medo e à violência fazem igualmente parte iniciativas como o convite a artistas para pintar os muros dos morros.


fonte - www.publico.pt