quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A forma segue a função


A forma segue a função
Fundado em 1992 na Central Termoeléctrica de Massarelos, no Porto, o museu  vai ser requalificado e ampliado com projecto do arquitecto Thomas Kroger.
O Museu do Carro Eléctrico do Porto vai ser requalificado e ampliado com projecto do arquitecto Thomas Kroger, que venceu o concurso público internacional.
O objectivo da intervenção é dotar de mais funcionalidades e atracções para o público o já existente Museu do Carro Eléctrico - fundado em 1992 na Central Termoeléctrica de Massarelos, no Porto - e que possui vasta colecção de veículos e objectos ligados a estes transportes públicos.
E o júri - presidido pelo arquitecto João Gigante - premiou o arquitecto alemão, porque este apresentou "uma proposta realista, de teor algo clássico e racionalista. Sólida organização e imagem consistente para o programa que, pela sensibilidade da intervenção, valoriza o lado poético e histórico da pré-existência e a possibilidade do seu diálogo com novas constru- ções".
E, de facto , a proposta vencedora alia um forte sentido estético a uma interpretação precisa e funcional do novo programa para o museu : por um lado, enfatiza a estética do edifício existente - construído em 1915 pelo engenheiro Couto dos Santos - uma vez que reflecte "a beleza da arquitectura industrial e é representativo da atitude de das fachadas incorporarem pretensões tecnológicas, habitual na época" , explica Kroger.
Por outro, segue a lógica original do edifício industrial, em que "a forma segue a função", propondo que o próprio sistema de projecto e de obras faça parte da obra : "A dissecação do edifício é parte do processo de concepção, para separar, demolir e preparar os volumes, de forma a posteriormente serem reorganizados para as novas funções e espaços necessários."
O edifício existente, composto de duas grandes naves que originalmente albergavam a casa dos geradores do vapor (caldeiras) e a casa das máquinas, grandes espaços que Kroger pretende adaptar a espaços multifuncionais e que permitam tanto actividades para um grande número de pessoas como situações para actividades mais pontuais e concentradas, como uma biblioteca, loja, café e pequenos auditórios.
Para a ampliação , Kroger intencionalmente separa o que é existente e proposto: "o implante arquitectónico consiste numa estrutura metalizada e superfícies de vidro", enquanto que a "patine da história industrial será mantida nas paredes e nas máquinas", explica.
Exemplar desta intenção é a criação de uma ampla escadaria de acesso ao conjunto, no exterior do edifício e formalmente separada deste , de uma nova entrada com a forma de caixa de vidro, a poente da actual, e de uma segunda caixa de vidro pousada no topo do edifício, destinada à parte administrativa e com magnífica vista sobre o rio Douro.
Kroger é claro nas suas intenções e remata desta forma o seu projecto: "A concepção pretende actuar como um elemento feito à medida desta histórica central energética. Confere ao edifício nova identidade, tornando a herança da arquitectura industrial uma experiência."

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